Em momentos como esses, temos o direito de sentir dor! O sofrimento não é besteira nem fraqueza.... ele é só seu. Só você sabe porque dói, já que dor não se compara. Uma situação pode até ser "socialmente" considerada mais dolorosa do que outra. No entanto, o julgamento da dor é individual, assim como os mecanismos de enfrentamento de cada um. Então, primeiramente entenda que nós respeitamos e compreendemos seu direito de sofrer. Porém, desejo que você não prolongue o sofrimento para ter oportunidade de focar em soluções. Seu caos já ocorreu e o que há de possível para fazer é enxugar as lágrimas e se possível, buscar ajuda profissional para organizar estratégias de enfrentamento. Uma delas pode ser, exercitar a resiliência! Nem sempre você terá culpa pelo que aconteceu, seja lá o que tenha sido. E o simples fato de se levantar, cuidar da higiene e saúde e aguardar é algo grandioso que você já está fazendo! E se você se sente responsável (gosto de usar esse termo no lugar de culpado) por algo, perdoe-se. E quantas vezes for necessário.
Não desperdice mais tempo com lágrimas e dor ao invés de focar em estratégias. As vezes nessa vida breve, passamos anos nos esvaindo em energia que poderia ser usada para o planejamento de planos B, C, D. E que podem não ser os idealizados, mas, são os POSSÍVEIS. E é com estes que podemos contar agora. O tema "muita lágrima para pouca atitude", foi uma flor que nasceu de um caos. Todos nós temos desejos e planos que, a vida nos obriga a adaptar ou renunciar. Neste momento de pandemia, isto tornou-se muito evidente. Tenho pensado muito a respeito de situações limítrofes em nossas vidas. Todos passamos por elas e conosco, não seria diferente por ser Psicóloga. Até porque, antes sou humana e em processo de construção, como vocês.
Cintia Silva de Albuquerque
CRP 05/39951
Psicoterapeuta Breve e Neuropsicóloga em Formação (Centro Universitário Celso Lisboa).
Colunista Psiconectado
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