Se você respondeu sim à pergunta acima, provavelmente
aprendeu isso desde criança, vamos entender como?
Você já se angustiou com o choro de um bebê e na tentativa de acalmá-lo tentou dar a mamadeira, mesmo antes de verificar se o motivo do choro não era outra coisa como: cólica, frio, calor, fralda suja, etc?. Pois é, este é um exemplo de como começamos a aprender e ensinar aos nossos filhos que nossos desconfortos podem ser acalmados com a comida.
Outro comportamento que costumamos ter com nossas crianças é de recompensa-las com comida, seja ao fazer lição de casa, tirar notas boas, se comportar na casa estranhos, etc. Na fase adulta repetimos este padrão de recompensas com pensamentos como: “hoje tive um dia super cansativo e difícil, eu mereço comer algo gostoso”. “Malhei a semana inteira, eu mereço este chocolate”.
Não por acaso, acabamos associando momentos de alegria e conquistas nossas, com a tradição de sair para comer e comemorar! Quando passamos na faculdade, conseguimos um emprego, ganhamos uma promoção, é quase como uma obrigação social sair para comemorar bebendo e comendo. Novamente, a associação de momentos bons e comida presente, é reforçada.
A comida acaba virando sinônimo de recompensa e acabamos levando isso para nossas vidas adultas e utilizando a comida de forma errada. Começamos a associar as sensações que aquele momento está no trazendo junto a comida que estamos ingerindo no momento, ou seja, quando você desejar um momento prazeroso ou algum conforto, tem grandes chances de recorrer à comida.
Outra tradição que temos e que nos mostra como essa afetividade está associada à comida, é quando presenteamos as pessoas com comida, em aniversários, natal ou qualquer outra data comemorativa, costumamos dar chocolates de presente.
Isso quer dizer que você não deve comer e deve permanecer angustiado? Não! Você pode, e deve, procurar outras formas de ter estes momentos prazerosos, que tal ligar para uma amiga, tomar um banho relaxante, massagem, caminhadas, meditações, escutar aquelas músicas que te deixam bem, etc.
É cultural que façamos essas associações de comida a situações de conforto e bem estar e não precisamos nos culpar por isto, manter o equilíbrio é a grande chave de tudo.
Agora descontar as emoções na comida a todo momento, é uma situação diferente e pode-se se tornar um problema. Ao “comer nossas emoções” ou seja, a descontar tudo na comida, começamos a sofrer alguns danos, tanto físicos, por acabar engordando, como psicológicos, por não ter aprendido a lidar de fato com a emoção. É aí que entramos com a psicoterapia, pois não basta ir só até a academia ou apenas fazer uma dieta restritiva, sendo que que você não aprendeu ainda a lidar com as suas emoções, por isso, invista em seu autoconhecimento!
Caroline Settani CRP 06/117171
Graduada em Psicologia pela Universidade Paulista/ UNIP-SP
Trabalha com tema de obesidade, dificuldades no emagrecimento e transtornos alimentares
Colunista Psiconectado
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