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Todo excesso de comida esconde uma falta na alma



inúmeras são as vezes em que comemos por uma satisfação não corpórea. Nesta quarentena então, onde ficamos em casa com nossas angústias, a maioria dos botões de nossas roupas também fizeram distanciamento social, rs. Quem nunca se rendeu aos alimentos, principalmente guloseimas para aliviar um vazio, uma dor, que não era no estômago, mas sim na alma? Repetir esse processo até ter a sensação de não conseguir parar ou até "não caber mais", constitui a famosa compulsão alimentar, que também pode evoluir para bulimia ou anorexia. 


Segundo o CID10- "Compulsão alimentar - ingestão exagerada de alimentos por um curto período de tempo , seguido por uma sensação de perda de controle sobre as quantidades consumidas."

Alguns autores acreditam que, "o verdadeiro problema do excesso de peso e da compulsão alimentar é que a comida se torna um substituto para o amor". O problema muitas vezes começa na infância, onde ficamos "paralizados" em uma das fases do desenvolvimento (a chamada fase oral- ver Winnicot) por diversos motivos. Alguns relatos de adultos sobre a compulsão atual, referiam-se que quando bebês tomavam mamadeiras com leite e maisena, dados por quem tomava conta deles, numa tentativa de fazer o estômago pesar e dormirem tranquilos. Tranquilos para quem, vale perguntar...


 Outros diziam que começaram a comer mais porque saudável e bonito era uma criança gordinha, segundo seus pais e avós. alguns relembram a célebre frase: "você é magro de ruim". E quem é a criança que queria ser vista como má e que a culpa de seu corpo não ser "o saudável" fosse dela? Há quem dissesse até que, comia muito porque passava por grandes privações e não sabia quando teria comida disponível novamente em casa. Adultos já relataram que no presente, não é um monte de frutas nem legumes que lhes "aliviam". Mas sim alimentos que pesam como "se fossem cimento", como joelhos, pizzas, macarronada, etc...


Segundo McDougall, o bebê "não faz a menor distinção entre dor física e dor afetiva."

Para Freud, "o comer seria uma força de união que, ao se repetir, torna-se duradoura."


As inúmeras dietas e até cirurgias bariátricas muitas vezes não funcionam porque o peso e a comida em excesso são sintomas relacionados a prazeres muito antigos. E se essas antiguidades da mente não forem trabalhadas em terapia, o sujeito não terá recursos de enfrentamento para a nova realidade corpórea.


Se num processo terapêutico, conseguirmos identificar onde tudo começou e os "gatilhos" atuais, poderemos parar de nutrir a criança carente, frustrada, magoada e amedrontada do passado para surgir um adulto que pode satisfazer seus vazios em fontes mais saudáveis que não o excesso, e que possam desfrutar do amor por si mesmo e pelos outros sem ser através da comida como substituto.


Quer compreender melhor este processo tão complexo e com tantas razões a explicar? Quer livrar-se do ciclo de repetição que te impede de evoluir como um adulto equilibrado? Faça terapia! Estou com você em mais este processo.




Cintia Silva de Albuquerque

CRP 05/39951

Psicoterapeuta Breve Integrada e Neuropsicóloga em formação (Centro Universitário Celso Lisboa).

Colunista Psiconectado

Instagram: @uropsicocintia

Facebook: Psicóloga Cintia S. de Albuquerque

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