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  • Sabrina Luzia Martini CRP 13/6315

SOBRE A DECISÃO DE MORAR FORA


Hoje além da prática profissional, tenho a minha vivência pessoal sobre a decisão de morar fora do nosso país de origem, o Brasil. Abandonar sua rotina, muitas vezes a casa onde se nasceu, ter aquele almoço familiar na casa dos pais aos domingos, pode no começo parecer um tanto quanto assustador. Ou até mesmo pensar em se comunicar em um novo idioma, mudar hábitos alimentares, se acostumar com um novo fuso horário para conversar com a família, pode trazer um certo ‘frio na barriga’.

Muitas pessoas falam que preferem ‘nem pensar’, e seguir com o planejamento inicial: comprar a passagem, adquirir o visto quando necessário, vender seus pertences no Brasil para ter dinheiro suficiente antes de chegar em um lugar desconhecido, fazer as malas e seguir em frente.

Existe um turbilhão de sentimentos no momento de deixar a família e amigos no aeroporto e dizer ‘até logo’: andar em direção àquele imenso avião dispara o coração e traz à tona emoções misturadas, entre uma saudade antecipada e uma expectativa do que irá acontecer nos próximos dias em um mundo novo, onde não se fala seu idioma, não entendem seus costumes, não conhecem a sua cultura, e nem mesmo sabem ´quem é você´. E sempre deixo como reflexão: será que nos conhecemos tanto? Será que a experiência de morar fora nos faz conhecer uma parte de nós que nem mesmo nós sabemos?

Quando uma pessoa decide mudar de país, existem muitos pontos positivos que são colocados para a tomada de decisão, tais como a oportunidade de viver novas experiências, conhecer novas culturas e pessoas, aprender ou melhorar um idioma, obter uma qualidade de vida que lhe traz muitos benefícios. A contrapartida é que ao mesmo tempo em que esses pontos são positivos, também podem lhe acarretar um custo emocional intenso, tais como a adaptação nessas novas culturas, idioma, e os hábitos do país que se escolheu viver, o enfrentamento da saudade da família e dos hábitos, e o ´não-estar’ presente para com os outros.

O mais importante de tudo é, reconhecer que cada pessoa tem o seu tempo e respeitar esse período de adaptação, bem como a ressignificação e efeitos de todas essas mudanças. Muitas pessoas tendem a se comparar com outras que já tiveram a mesma experiência, mas nunca vamos sentir como o outro. Somos seres únicos no mundo, em constante aprendizado.

A orientação psicológica on-line visa auxiliar os indivíduos nesse momento de descoberta, promovendo autorreflexões, exercícios voltados para a autopercepção e análise dos próprios limites, a importância da autovalorização e como um melhor entendimento sobre si mesmo pode colaborar para o crescimento pessoal, melhor bem-estar e como lidar com as dificuldades nesse universo de mudanças

Sabrina Luzia Martini CRP 13/6315

Psicóloga clínica

Colunista Psiconectado

Instagram: @psi_sabrina martini

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