A grande maioria das pessoas que buscam a psicoterapia buscam-na motivadas por dores emergentes, por um sofrimento psíquico com o qual já não sabem mais lidar. Com isso, quando se sentem melhor, acabam interrompendo o processo. Porém, passa-se um determinado tempo e aquela dor, aquele sofrimento psíquico retorna, seja na forma da mesma dor ou em uma dor mais elaborada.
O processo desenvolvido na psicoterapia é o do autoconhecimento. Nós, seres humanos, temos muita resistência em relação a ele. E isso se dá por diversos motivos, os quais não entrarão em mérito neste momento. Pois bem, o processo de autoconhecimento nos dá força, autoconfiança e ferramentas para melhor entender o que se passa em nosso inconsciente (conteúdo escondido e desconhecido por nós). Com isso, oferece acesso e compreensão de que nossas dores atuais não são, de fato, atuais, mas sim dores passadas que são reeditadas, reformatadas e revividas atualmente. Por este motivo, quando interrompemos um processo nossas dores voltam em forma de novos vínculos, novas vivências, novas pessoas ou novas questões.
Mas olha só, somente por meio dessa dor que nós conseguimos embarcar no processo de autoconhecimento. É olhando para essa dor, dialogando com ela, entendendo em que situações ela aparece e quais respostas são oferecidas a ela, que conseguimos ter acesso a tal conteúdo escondido e desconhecido, ou seja, a tal dor que é do passado e está vindo de forma reformulada no hoje. E é, através da psicoterapia, que conseguimos elaborar, ressignificar e transformar essa dor.
Desta forma, se faz importante informar que nosso inconsciente é poderoso e que ele, de fato, nos faz agir, pensar, reeditar e vivenciar ciclos atrás de ciclos. Inclusive de até não nos atentarmos sobre esse padrão cíclico em nossa vida. Uma espécie de aprisionamento em si mesmo. Penso até que o inconsciente faz desta maneira como uma tentativa de fazer entender que ele existe e que também precisa ser ouvido. Que tal pensar um pouco sobre isso?
Suellen R. C. Amaral Psicóloga, pós graduada em Saúde da Mulher e Arteterapeuta em formação. Atua como Psicóloga da Saúde, trabalhando com saúde emocional e psicoeducação. Colunista Psiconectado Instagram: @psicologia_suellen_amaral
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